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Información extraída de: https://casadopovo.org.br/80-anos-de-levantes/
Em 2023, o Levante do Gueto de Varsóvia comemora 80 anos. A Casa do Povo tem o prazer de anunciar uma programação que se desdobra em uma série de eventos entre os dias 19 de abril e 06 de maio. A comemoração é uma parceria entre ICUF – Ídiche Kultur Farband, Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil, Federação Israelita do Estado de São Paulo, Núcleo de Preservação da Memória Política – SP, n-1 edições, Casa do Povo e mais de 25 organizações de 6 países. Confira a programação.
80 anos de Levantes
O Levante do Gueto de Varsóvia é o ato inaugural da Casa do Povo. O evento histórico se alastrou entre os dias 19 de abril e 16 de maio de 1943, marcando a resistência judaica no último gueto estabelecido em Varsóvia. O Levante manteve acesa a chama da resistência, mostrando ser possível levantar-se contra a máquina de morte nazista. Não por acaso, após o fim da Segunda Guerra Mundial, a criação da Casa do Povo no Bom Retiro foi anunciada em homenagem a este acontecimento.
Se “lembrar é agir”, como temos repetido na Casa do Povo, cada comemoração do Levante é um levante em si. O ano de 2023 não remete somente a um fato que aconteceu há 80 anos, mas marca também a celebração de 80 anos de encontros ininterruptos. A Casa do Povo atravessou tempos conturbados nas últimas décadas — com o fim do Estado Novo, a Ditadura Civil Militar e o frágil processo, ainda em curso, de redemocratização — sem nunca deixar de comemorar a data.
Os partisanos de Varsóvia escolheram a primeira noite de Pessach, a Páscoa Judaica, para iniciar suas ações de enfrentamento ao exército nazista. Seguindo a tradição de Pessach, costumamos lembrar e refletir sobre o significado da saída do Egito Antigo e o fim da escravidão do povo judaico. Através de rezas e cantos, a data é sempre uma convocação para também olhar para as lutas em curso no tempo presente, e com as quais devemos nos solidarizar. Por isso, apesar de o Levante ser uma data secular, ele também carrega a potência dos rituais religiosos, e busca invocar, de geração em geração, uma ancestralidade de luta, resistência e resiliência.
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PROGRAMAÇÃO
19 de abril, 19h30
Casa do Povo
ABERTURA com a participação de Déborah Danowski como oradora convidada, cerimônia das velas, apresentação do Coral Tradição, canto coletivo do Hino dos Partizans e leitura do manifesto escrito pelas 25 organizações participantes. Arte produzida por ColeraAlegria.
A oradora da noite, Déborah Danowski, é filósofa e tornou-se conhecida pelo seu engajamento e pensamento a respeito do colapso ecológico. Autora de Há mundo por vir? – Ensaio sobre os medos e os fins, ao lado de Eduardo Viveiros de Castro, Deborah tem analisado como o planeta entrou no debate contemporâneo sobre o clima. Seguindo adiante, no ensaio Negacionismos, Deborah desenvolve a ideia de como o negacionismo da destruição do meio ambiente se organiza por meio dos mesmos mecanismos do negacionismo em relação à Shoah. Se o colapso ecológico é a questão do século, nesta comemoração de 80 anos de Levantes, não podíamos deixar de olhar para o nosso mundo e nos solidarizarmos com o levante das jovens gerações que denunciam o seu desmoronamento.
ColeraAlegria é uma ação colaborativa de caráter político, situada no Brasil pós-golpe de 2016, que se manifesta sobre as urgências do tempo presente. Busca a criação de distintas formas de expressão política e defesa da democracia, a partir da produção coletiva de cartazes, bandeiras e estandartes, que devem estar permanentemente em circulação. Nas redes sociais, movimenta-se por meio do compartilhamento de imagens através da hashtag #coleraalegria – que é também a sua assinatura – e que pode ser adicionada a qualquer outra hashtag vinculada a temas urgentes. As colaborações são diversas e atuam a partir de encontros periódicos que buscam refletir sobre nossa gramática social, contribuindo para seu enriquecimento através de enunciados pouco prováveis.
19 de abril a 16 de maio
Casa do Povo
EXPOSIÇÃO
O reencontro com o levante de Carlos Scliar
Nos acervos da Casa do Povo, exibimos pela primeira vez o estudo de mosaico, O Levante do Gueto de Varsóvia, que o artista Carlos Scliar (1920-2001) realizou para a entrada da Casa do Povo. Feito à convite da instituição, esse trabalho esteve perdido mas foi reencontrado em 2023, sendo apresentado ao lado de documentos históricos sobre o Levante.
Agradecimento: Conrado Mesquita.
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25 de abril, 18h
Câmara dos Vereadores
Viaduto Jacareí, 100.
Sessão solene com a participação da vereadora Luna Zarattini, Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil e Antonio Funari Filho, presidente da Comissão de Justiça e Paz. Apresentação do Hino dos Partizans por Hugueta Sendacz.
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28 de abril, 18h45
Congregação Israelita Paulista
Rua Antônio Carlos, 653.
Cabalat shabat e apresentação do Hino dos Partizans por Coral Tradição.
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29 de abril, 14h às 17h
Memorial da Resistência
Largo General Osório, 66.
Sábado resistente com apresentação do relatório sobre antissemitismo por Observatório Judaico de Direitos Humanos; debate com participação de Lilian Starobinas, Samuel Neumann e mediação de Fabio Silva; Hino dos Partizans com apresentação de Hugueta Sendacz.
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11h às 12h30 – Círculo de Reflexão sobre Judaísmo Contemporâneo com Peter Pál Pelbart.
15h30 às 17h – lançamento do livro Esparsas, de Georges Didi Huberman, pela n-1 edições, com Jean Tible, Ernani Chaves e Ilana Feldman.
→ Confira mais materiais sobre a comemoração dos 80 anos do Levante do Gueto de Varsóvia no site realizado pela rede ICUF: https://80ghettovarsovia.org/
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26 de maio ADUFEPE – Levante do Gueto de Varsóvia: fascismo e resistência que se atualizam
O nazifascismo não está isolado no passado. Mostrar a atualização dele e apontar a ameaça no presente é o intuito da palestra “Levante do Gueto de Varsóvia: fascismo e resistência que se atualizam”. O evento, promovido pela Adufepe, será organizado pelo Núcleo de Pesquisa em Autoritarismo e Contemporaneidade e Observatório Judaico de Direitos Humanos no Brasil. A palestra ocorre no dia 26 de maio, das 14h às 17h, no auditório da associação. O diálogo contará com a participação dos palestrantes Dr. Michel Gherman (UFRJ), Dra. Liana Lewis (UFPE) e Dra. Rita Voss (UFPE), os três são judeus. O evento terá mediação da presidenta da Adufepe, professora Teresa Lopes, e a debatedora será Clara Ribemboim, representando o OJDHB. “O evento discutirá o Levante do Gueto de Varsóvia à luz da resistência e fará um link para debater a questão do fascismo a nível histórico e também na atualidade. Há uma atualização do fascismo e temos que trazer esse momento, fazer essa ponte, mostrando que a questão do nazifascismo não está isolado no passado”, explica a professora Liana Lewis. Levante do Gueto de Varsóvia Levante do Gueto de Varsóvia, conhecido como o maior levante judaico, ocorreu entre 19 de abril e 16 de maio de 1943. Durante esses 28 dias, mais de 40 mil judeus morreram ou foram deportados. Há 80 anos, os dias de resistência mostraram ao mundo que o povo judeu, sim, reagiu à barbárie. “Poucos conseguiram fugir, alguns foram assassinados lá e a maioria depois, em campos de concentração, mas o levante tem uma simbologia muito forte porque mostra que houve uma resistência ao nazifascismo. Por conta da própria força armamentista e bruta do nazismo, ficamos com uma ideia imagética de um período de submissão extrema, horror extremo. O levante mostra que teve resistência, mesmo a todo esse horror tão burocratizado”, detalha a professora Liana Lewis.
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